Professora é encontrada carbonizada no porta-malas de carro na região

O principal suspeito é um idoso, de 62 anos, que, segundo a Polícia Civil, “estava conhecendo” a vítima Eliana Pereira Neves, de 52 anos.



O principal suspeito é um idoso, de 62 anos, que, segundo a Polícia Civil, “estava conhecendo” 
a vítima Eliana Pereira Neves, de 52 anos

A Polícia Civil confirmou que o corpo encontrado carbonizado no porta-malas de um carro, nesta terça-feira (28), no bairro São Sebastião, conhecido popularmente como “Pito Aceso”, na zona rural de Regente Feijó (SP), é da professora Eliana Pereira Neves, de 52 anos. O principal suspeito de ter matado ela é um idoso, de 62 anos, que, segundo os policiais “estava conhecendo” a vítima.

O corpo da vítima foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) e passará por exame de DNA para confirmar a identidade da mulher.

O idoso foi preso por homicídio triplamente qualificado com o uso de fogo, impossibilidade de resistência da vítima e feminicídio, além de ocultação de cadáver. Ele passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira, onde permaneceu preso, e será encaminhado para o Centro de Detenção Provisório (CDP) de Caiuá (SP).

O caso
Conforme o delegado responsável pelo caso, Airton Roberto Guelfi, a Polícia Militar recebeu um chamado de um produtor rural, no início da noite, alegando que um veículo estava pegando fogo em meio à uma plantação de soja.

Os policiais foram até o local e pela placa do veículo conseguiram identificar que o proprietário era morador de Regente Feijó. A Polícia Civil foi acionada e, enquanto se deslocavam, a PM já havia feito contato com os familiares.

No local, os agentes encontraram alguns familiares e iniciaram uma conversa para tentar entender o que poderia ter acontecido.

“Durante a entrevista, o que chamou a atenção foi um possível envolvimento da proprietária do veículo com um homem de Regente Feijó. Nós identificamos, com os familiares, a residência desse cidadão e, imediatamente, a gente se deslocou até essa residência”, relatou Guelfi.

“No interior da casa, onde havia um pouco mais de luz, identificamos no braço dele algumas queimaduras que já remetiam a ideia, justamente, do incêndio do veículo, o que chamou atenção”, enfatizou o delegado.

Além disso, os policiais verificaram outras inconsistências em relação a versão dada pelo homem, como por exemplo, ele afirmou que ficou das 9h às 15h andando de bicicleta, porém, a Polícia Civil verificou que o objeto continha teias de aranha que davam indícios que não saía do lugar há um tempo.

O suspeito foi conduzido para a Delegacia e, durante o interrogatório, o delegado apresentou todas as informações coletadas com testemunhas e perícias e o questionou sobre os fatos.

“Ele acabou confessando indiretamente que estava com ela no local. A única coisa que ele alega é que ela mesmo que buscou a morte. Ele alega que ela se matou através do fogo. A versão é basicamente essa, que ele estava no local e viu o carro pegando fogo e que, diante do pedido da vítima que queria se matar, ele se virou e foi embora”, afirmou Guelfi.

Na residência, a Polícia Civil também localizou uma medida protetiva expedida por um juiz de São Paulo (SP), que proíbe ele de manter contato com a ex-esposa.

Não há evidências de que ele tenha recebido ajuda para cometer o crime.

Testemunhas
Segundo o delegado, a colaboração da família e de testemunhas foi de fundamental importância para a investigação do caso, inclusive, apresentando contradições na versão inicial do envolvido.

“Essas testemunhas disseram que no dia do crime, durante a tarde, haviam avistado os dois no interior do veículo. Então, isso foi fundamental para que a gente pudesse entender e, consequentemente, concluir que a versão dele não era a verdadeira”, analisou Guelfi.

Os vizinhos do homem confirmaram para a Polícia Civil que ele se mudou para a cidade há cerca de 20 dias e, conforme testemunhas, não há informação de nenhum tipo de agressão anterior entre eles.

“A informação que temos é que ele é natural de Regente, mudou-se para São Paulo e retornou agora. Segundo testemunhas e ele, os dois se conheceram na infância e agora, quando acabou retornando nos últimos 20 dias, eles se aproximaram e começaram a conversar. Eles trocavam mensagens via telefone celular”, reforçou o delegado.

Já sobre a morte da professora ser causada pelo fogo, Guelfi afirmou que essas informações dependem do laudo necroscópico. E ela ter sido vítima de violência sexual não é uma hipótese descartada, porém, “não há elementos materiais para afirmar”.

“Os indícios indicam que, a questão da perícia ter encontrado junto ao corpo um cabo metálico utilizado para amarrar as mãos, indica que eventualmente ela pode ter morrido em decorrência do fogo. Mas isso vai depender do laudo necroscópico que ainda não foi emitido”, finalizou o delegado.



i7 Notícias
-->