Com a publicação da decisão, será aberto prazo para recurso e, em seguida, a data do julgamento deverá ser marcada; a partir da esquerda, o soldado policial militar Marcos Francisco do Nascimento, Elisângela Silva Paião e Airton Braz Paião
A Justiça decidiu que a viúva Elisângela Silva Paião e o funcionário público municipal Fabrício Severino Gomes Merilis, ambos de 47 anos, irão a julgamento em júri popular pela emboscada que vitimou o fazendeiro Airton Braz Paião, de 54 anos, no dia 21 de setembro de 2022, em Iepê.
De acordo com a informação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), os acusados passaram por audiência de instrução na última sexta-feira (18), que resultou na sentença de pronúncia dos réus proferida pelo Fórum da Comarca de Iepê.
Com a publicação da decisão, será aberto prazo para recurso e, após o trânsito em julgado, será agendado o júri popular.
Os acusados seguem presos e irão responder por tentativa de homicídio qualificado.
Elisângela era casada com o fazendeiro Airton Braz Paião quando o crime foi cometido.
Relembre o caso
No dia 21 de setembro de 2022, o fazendeiro Airton Braz Paião, de 54 anos, foi vítima de uma emboscada em um canavial, na cidade de Iepê, onde levou quatro tiros na cabeça e uma facada nas costas. Esse crime é a tentativa de homicídio qualificado pelo qual foram indiciados a então esposa dele, Elisângela Silva Paião, e Fabrício Severino Gomes Merilis.
“A Polícia Civil concluiu que Elisângela é autora do crime de tentativa de homicídio qualificado pela torpeza porque ela tinha domínio sobre o fato”, explicou o delegado Carlos Henrique Bernardes Gasques, responsável pelas investigações sobre o caso.
A viúva do fazendeiro Airton Braz Paião, Elisângela Silva Paião, foi presa preventivamente no dia 24 de novembro do ano passado, em Londrina (PR), após ter sido indiciada pela Polícia Civil do Estado de São Paulo por tentativa de homicídio qualificado que vitimou, na ocasião, o seu próprio marido.
Ela compareceu acompanhada de advogados a uma Delegacia da Polícia Civil do Estado do Paraná, em Londrina, onde houve o cumprimento do mandado de prisão preventiva que havia sido expedido pela Justiça, através do Fórum da Comarca de Iepê, após representação da Polícia Civil e manifestação favorável do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP).
Também foi cumprida a prisão preventiva de um outro suspeito indiciado pela mesma tentativa de homicídio qualificado que vitimou o fazendeiro. Neste caso, o homem, de 47 anos, identificado como o funcionário público municipal Fabrício Severino Gomes Merilis, já estava preso temporariamente na Cadeia de Presidente Venceslau e foi transferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá.
O inquérito policial foi finalizado e tanto Elisângela como o outro suspeito preso foram indiciados por tentativa de homicídio qualificado, o que levou a Justiça a decretar a prisão preventiva de ambos.
Passional
Outro envolvido no caso é o soldado policial militar Marcos Francisco do Nascimento, de 30 anos, que assassinou o fazendeiro Airton Braz Paião quando este se recuperava do primeiro atentado. Depois de cometer o crime, o PM Marcos se suicidou, na manhã de 24 de setembro do ano passado, na Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente, onde o fazendeiro Airton estava internado.
Em nota oficial, a Santa Casa informou que o soldado Marcos Francisco do Nascimento disse na portaria que era policial e que queria conversar com o paciente Airton Braz Paião. Já no quarto hospitalar, o policial falou com uma irmã do paciente e disse à mulher que queria conversar com a vítima. Na sequência, Nascimento fez os disparos que mataram Paião e se suicidou.
A perícia da Polícia Científica recolheu a arma usada pelo policial militar, uma pistola de calibre .40, com um carregador e quatro cápsulas deflagradas.
Junto ao corpo do policial militar, foi encontrada uma carta manuscrita, que também foi apreendida.
O fazendeiro Airton Braz Paiãol já havia sido atingido por quatro tiros na região da cabeça e ainda levado uma facada nas costas três dias antes de ser assassinado por Marcos.
A suspeita era de que a esposa do produtor rural teria um romance com o policial militar Marcos Francisco do Nascimento, o que ela confirmou informalmente à Polícia Civil. "Ela falou também para mim que gostava muito desse policial e que pretendia se separar do seu marido, e aconteceu essa fatalidade”, pontuou o delegado Carlos Henrique Bernardes Gasques.