Brasil inaugura fábrica de insulina e retoma produção nacional após duas décadas

Nova unidade da Biomm em Minas Gerais marca um avanço significativo para a independência farmacêutica do país em tratamentos de diabetes


O setor farmacêutico brasileiro alcançou um marco importante com a inauguração da fábrica de insulina da Biomm em Nova Lima, Minas Gerais. Este evento, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marca o retorno da produção nacional de insulina após mais de 20 anos de dependência de importações.

A nova planta industrial não apenas simboliza um avanço significativo na política de saúde pública brasileira, mas também garante a autossuficiência do país na produção deste essencial hormônio, com capacidade para atender toda a demanda nacional.

A empresa investiu R$ 800 milhões na construção da fábrica, que tem potencial para produzir 20 milhões de unidades de refis de insulina glargina por ano, além de outros biomedicamentos.


Presidente Lula visita planta de produção de insulina da Biomm, em Nova Lima/MG. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula, durante seu discurso, destacou a importância desta conquista para a saúde pública e partilhou uma história pessoal sobre sua bisneta Analua, que vive com diabetes tipo 1, ressaltando a necessidade de acesso contínuo e acessível à insulina para todos os brasileiros.

Nísia Trindade, ministra da Saúde, reiterou a relevância da produção local de insulina, enfatizando que, além de fornecer medicamentos essenciais, a fábrica contribui para a independência tecnológica e econômica do Brasil. "Para ter uma política de ciência e tecnologia em saúde que leve os produtos à população, temos que ter política industrial", afirmou Trindade.

O evento também foi palco para a assinatura de um protocolo de intenções entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Biomm, visando a produção de medicamentos para tratamento de doenças metabólicas. Esta parceria é parte da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), que prevê investimentos de R$ 42 bilhões até 2026 para fortalecer a indústria farmacêutica nacional.

Além do apoio governamental, a Biomm obteve R$ 203 milhões em créditos de instituições financeiras como a Finep, o BNDES e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, além de R$ 133 milhões aportados via equity, consolidando o compromisso público e privado com a saúde e o bem-estar da população brasileira.

Esta iniciativa representa um passo crucial na redução da dependência externa do Brasil por insumos médicos e reafirma o compromisso do país com a inovação e o desenvolvimento sustentável no setor da saúde.



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