Teve início na manhã desta terça-feira, 15 de abril de 2025, no Tribunal do Júri, no Fórum da cidade, o julgamento do acusado de matar Nair Pontes, servidora pública municipal brutalmente assassinada aos 50 anos. A população de Paraguaçu Paulista acompanha com grande expectativa o desfecho de um caso que chocou a cidade em 2021.
Após quase quatro anos de dor, revolta e espera por justiça, familiares, amigos e a comunidade esperam que o júri popular traga respostas e alívio à dor da perda. O acusado é julgado por homicídio qualificado, crime que, segundo as investigações, ocorreu com requintes de crueldade e frieza.
Nair Pontes foi assassinada no dia 29 de maio de 2021. De acordo com a Polícia Civil, ela foi empurrada para fora do veículo do suspeito, atropelada e abandonada em uma estrada de terra, nas proximidades do Centro de Convergência Turística, em uma área conhecida como “Pôr do Sol”. Seu corpo foi encontrado com sinais de violência e sem as vestes da parte inferior, no final da Rua Tiradentes.
As investigações apontaram rapidamente para o envolvimento de um suspeito, que foi indiciado por homicídio qualificado em setembro do mesmo ano, mas permaneceu em liberdade desde então, o que gerou forte indignação entre os familiares e na sociedade paraguaçuense.
Vozes por justiça
Em agosto de 2021, um grupo de mulheres organizou um protesto na Praça da Matriz, com cartazes e palavras de ordem exigindo justiça por Nair. Frases como “Vidas pretas importam”, “Não foi acidente” e “Queremos justiça” deram o tom de um movimento que buscava não apenas a responsabilização do acusado, mas também o fim da impunidade para crimes contra mulheres negras.
Nair era uma mulher trabalhadora, mãe de cinco filhos e servidora pública respeitada em Paraguaçu Paulista. Sua morte violenta abalou profundamente a cidade, que agora volta os olhos ao tribunal com a esperança de que a justiça seja finalmente feita.
O julgamento representa um marco para a família e para todos que acompanham o caso desde o início. O sentimento é de que, mesmo tardiamente, a verdade precisa prevalecer e o crime não pode ficar impune.