Em mais uma das ações da campanha Setembro Amarelo, a sede da OAB de Paraguaçu Paulista sediou a segunda edição da "Jornada pela Valorização da Vida". O evento reuniu profissionais da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal, do sistema de justiça e especialistas em saúde mental para falar sobre a valorização da vida e a promoção do bem-estar emocional. O evento, realizado pelo CAPS da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Paraguaçu Paulista, teve o apoio da Clínica TEA (Transtorno do Espectro Autista e outras Deficiências), Santa Casa de Misericórdia e OAB.
Na abertura, o secretário de saúde, Egydio Tonini Nogueira Neto, propôs uma reflexão sobre o trabalho como algo que vai além do fardo, e sim uma criação que contribui para a sociedade. A mensagem principal do secretário foi clara: o cuidado com a saúde mental é uma responsabilidade coletiva, não um peso individual. O promotor de justiça, Dr. Daniel Camacho Pontremolez, abordou a violência não apenas como um ato físico, mas como um sistema de opressões que se perpetua por gerações, muitas vezes levando ao uso de substâncias e ao adoecimento mental. Ele elogiou o foco da coordenadora do CAPS, Talita Tomazinho, na valorização da vida, e reforçou a necessidade de romper esses ciclos com políticas públicas integradas entre saúde, justiça, educação e assistência social.
A psicóloga, doutora e pesquisadora Dra. Rossana Maria Seabra Sade defendeu a ampliação da rede de apoio para além dos serviços estatais. Segundo ela, é preciso construir uma "cidade que cuida", onde o apoio à vida se manifesta em gestos simples e cotidianos. O psicólogo Daywison Florêncio também participou dos debates e Talita Tomazinho reforçou que, mais do que uma campanha, o Setembro Amarelo é um convite contínuo para a construção de uma sociedade mais empática, onde a valorização da vida seja um compromisso de todos. “Estamos reforçando a importância dos vínculos e rede de cuidado para a saúde mental”, explicou ela.
Outro tema de grande relevância abordado foi o impacto das redes sociais e da inteligência artificial na saúde emocional, especialmente entre os jovens. Os palestrantes alertaram para os riscos das "realidades editadas" que geram sentimentos de inadequação, da disseminação de conselhos não qualificados por influenciadores e da substituição do apoio profissional por ferramentas automatizadas. Crianças expostas ao conteúdo digital também foram apontadas como um grupo vulnerável.
A Secretaria de Saúde reforça que a saúde mental e valorização da vida é um compromisso com o bem-estar integral de sua comunidade, e que para isso a contribuição de todas as áreas da sociedade é essencial.