Setembro teve saldo negativo de 243 empregos
Marília foi apontada como uma das 20 piores cidades no número de empregabilidade no mês de setembro. A cidade fica na 338ª colocação estadual no ranking do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que mede mensalmente a evolução de emprego em todo país.
No último mês foram 1.782 contratações contra 2.025 demissões, um saldo negativo de 243 empregos. No mesmo período do ano passado o saldo estava 182 positivo, com registro de 1.927 admissões e 1.745 desligamentos.
Na contramão do cenário nacional o setor com maior número de demissões em Marília foi construção civil. Nesta área o saldo negativo é de 130 empregos, o que significa 184 admissões e 314 demissões.
Outros setores também registraram baixa como é o caso da indústria de transformação que fechou 46 vagas e serviços, que totalizou um saldo negativo de 27 vagas extintas no mês.
Já o comércio foi que teve menor queda com saldo negativo de apenas dois empregos, foram 649 novas carteiras assinadas e 651 dispensas.
Segundo o presidente da Acomac (Associação dos Comerciantes de Material de Construção), Donizete Granado, a questão do alto número de desempregos do último mês, equivale principalmente às grandes construtoras que frearam o avanço de projetos como Minha Casa Minha Vida. “As construtoras estavam realizando muitas construções e o setor diminuiu o ritmo, mas a tendência é melhorar com os próximos eventos que estão por vir”, explica Granado.
Apesar do baixo resultado de setembro, no acumulado do ano a cidade acumula saldo positivo, sendo 20.409 contratações e 20.085 desligamentos. Nos últimos doze meses, o saldo entre admissões e demissões está em 1.367, apontando 26.907 contratos assinados e 25.540 rompimentos.
Crise externa amplia retração
Para o economista Olimpio Guedes Junior a posição da cidade no ranking do emprego registrado no último mês é reflexo da crise econômica, intensificada no segundo semestre na Europa e Estados Unidos.
O economista explica que para cada setor há uma justificativa pela queda no número de admissões, porém, devido ao cenário econômico da cidade, que possui pólo industrial, o principal fator está no enfraquecimento da economia global.
Em relação ao comércio, o resultado já aponta as contratações para o final do ano.
A operadora de produção Carla Gabriela Lauriani, 23, faz parte da estatística de demissões do último mês. Após anos de trabalho perdeu sua vaga e na última semana já entregava currículo numa empresa de Recursos Humanos em busca do novo emprego. “Preciso procurar intensamente, pois temos contas para pagar. No final do ano as contratações ficam difíceis, a não ser na área do comércio”, disse.
A ajudante de serviços gerais, Maria Goreti, 43, também perdeu o emprego e já encontra dificuldade para buscar uma nova vaga. Com as contas vencendo encontrou a alternativa nas vendas autônomas. “Perdi o emprego há pouco tempo, mas não posso desistir, meu sonho mesmo é a carteira assinada”, disse.
Bauru está entre as dez melhores
Analisando o ranking de cidades do mesmo porte, Bauru ocupa a melhor colocação do estado. A cidade ficou na 9ª posição com saldo de 769, são 5.960 novos empregos e 5.191 demissões.
A 10ª posição ficou com São José do Rio Preto que no último mês teve 6.419 contratações e 5.656 desligamentos, um saldo positivo de 763 e variação de 0,62%.
Cidade de menor porte da região, Tupã alcançou no último mês a 93ª posição no ranking. O município teve saldo positivo de 67 empregos, com 522 admissões contra 455 demissões.
Fonte: Jornal Diário de Marília