Marina Ravazzi foi coordenadora de Políticas para Mulheres em Marília
Veículo Gol ficou destruído após colidir com VW Fox; no detalhe Marina Ravazzi
Foto: Kelly Crosana Ikuma
Faleceu na manhã de ontem, por volta das 7h40, a antropóloga mariliense Marina Monteiro de Queiroz Ravazzi, 26, vítima de acidente ocorrido no Eixão Norte, no entorno da cidade de Brasília. Ela morava e trabalhava na capital federal há um ano.
Marina dirigia um VW Gol prata e segundo as primeiras investigações teria se sentido mal ao volante. Ela perdeu o controle e colidiu com um VW Fox verde com dois ocupantes.
A antropóloga foi levada de helicóptero ao Hospital de Base em Brasília, mas não resistiu aos ferimentos e acabou tendo sua morte confirmada por volta das 10h.
Marina deixa os pais Valter Roberto Ravazzi e Rosalina Monteiro Queiroz, que moram em Marília, e a irmã Lara, residente hoje em São Paulo.
Comovido com a perda, o pai Valter Ravazzi disse que a filha estava ansiosa para a chegada das primeiras férias após a mudança de cidade, que aconteceria no mês de dezembro. Ele afirmou que Marina tinha uma ligação muito forte com a família.
“Ela sempre vinha nos visitar e estava animada com os planos das férias e o final de ano que passaria conosco aqui em Marília”.
Segundo informações de amigos e familiares, a mãe Rosalina viajou em voo fretado à capital federal com um de seus irmãos para providenciar o translado do corpo, que deve ser velado e sepultado ainda hoje. Porém o horário e o local não estavam definidos até o fechamento desta edição.
Há um ano, Marina Ravazzi atuava como antropóloga da FUNAI
Foto: Kelly Crosana Ikuma
Marina lutou em defesa da mulher
Marina Ravazzi ajudou a criar a Coordenadoria de Políticas para Mulheres em Marília e atuou por quase dois anos a frente do órgão. Entre as principais bandeiras defendidas por ela, a igualdade de direitos entre homens e mulheres foi um destaque.
Segundo a amiga da família Cleide Zaninoto, que acompanhou o desenvolvimento da antropóloga, Marina foi uma moça diferenciada.
“Apesar de jovem, ela sempre foi politizada e consciente dos problemas da sociedade, ela abriu as portas para a criação da coordenadoria”.
No início de novembro de 2010, a mariliense deixou a cidade para assumir o cargo de antropóloga na Funai (Fundação Nacional do Índio) em Brasília. Mesmo assim, deu andamento aos projetos da Coordenadoria com o Centro de Referência da Mulher.
Segundo a delegada da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) Rossana Camacho, a perda de Marina é “imensurável”.
Ela conta que há 15 dias a antropóloga esteve no município para tratar de assuntos referentes à implantação do Centro. “Estamos muito sentidos com essa perda já que ela estava sempre presente, mandando e-mails telefonando”.
Em entrevista a rádio Dirceu AM, em março de 2010, Marina Ravazzi mostrou sobre o que lutava e no que a coordenadoria estava focada.
“Não queremos tomar o mundo para as mulheres, só queremos compartilhar com os homens de forma igual. Esse é o sonho que a gente quer para o mundo. Um mundo equivalente onde teremos o mesmo espaço e que realmente seja alcançado através do diálogo”.