Na semana passada a escola sofreu um pequeno incêndio causado por bombas
VANDALISMO - Estudantes relatam insegurança para continuar os estudos - Foto: Ricardo Prado
Após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral), a professora Eleuza Campanelli Bueno dos Reis foi socorrida às pressas por duas colegas e internada em estado grave na Santa Casa de Marília. Incidente ocorreu na manhã de segunda-feira (18) em frente à Escola Estadual Nova Marília, na zona sul, local de trabalho da professora. O AVC teria sido ocasionado por nervosismo extremo após Eleuza presenciar ato de vandalismo entre estudantes que culminou com um pequeno estrago em seu automóvel. Ela continua internada em estado grave na UTI da Santa Casa, sem previsão de alta, segundo a assessoria de imprensa do hospital.
Segundo apurou a reportagem do Diário, Eleuza já vinha apresentando crises de estresse devido aos constantes atos de vandalismo na escola. Na semana passada uma bomba detonada por estudantes dentro da sala de aula provocou incêndio no teto da classe. Bombeiros foram chamados e controlaram as chamas. Na segunda-feira, dia do incidente, nova confusão ocorreu após desentendimento entre alunos que pediam o fim da violência na escola e grupo de vândalos.
A situação levou os professores a paralisar as atividades ontem e só voltarem às aulas após a segurança no local ser intensificada. O professor de geografia da instituição, Marcos Lopes, afirmou que após o afastamento da professora o corpo docente decidiu pela paralisação. “A situação está sem controle, estamos temendo pela segurança dos professores e alunos, por isso a suspensão das atividades. Na segunda feira alguns alunos queriam realizar passeata, porém outros estudantes mal intencionados iniciaram protesto com atos agressivos. Estamos sem atenção da dirigente de ensino, Rosemeire Açafrão. Esperamos que com a paralisação ela investigue a situação”, desabafou Marcos.
Segundo o professor a proporção de violência está aumentando a cada dia, e na madrugada de segunda-feira para terça-feira uma atitude suspeita quase ocasionou no segundo incêndio. “Hoje (ontem) de manhã tinha uma sala de aula com cheiro de tiner, se o zelador não tivesse tomado algumas providencias teríamos outros prejuízos em decorrência de atos violentos”.
A escola atende atualmente 700 alunos entre ensino fundamental e médio, divididos nos períodos da manhã e tarde.
Em nota, a secretaria do Estado da Educação diz lamentar o fato ocorrido com a professora e que está prestando todo o apoio necessário. Quanto às aulas, segundo a secretaria, devem ser retomadas ainda hoje.
A secretaria informa também que para reduzir a ocorrência de episódios de vandalismo, a diretoria regional de ensino solicitou a intensificação da Ronda Escolar, além de ações de conscientização.
ESTUDANTES
As alunas do primeiro ano do ensino médio, A. V., 15, e A. C. J., 15, também relatam a falta de segurança. “Nós estamos com muito medo, se aconteceu sem aluno, pode ter outra situação que seja feita com os alunos dentro. Já colocaram fogo na cortina, está atrapalhando nossos estudos”, afirma.
“O vandalismo é muito grande, teve sala que destruíram tudo, quebraram cadeira, isso não pode mais ficar assim”, desabafou uma das alunas.
A avó de uma aluna, Aparecida Meireles, 59, dona de casa, afirma que a insegurança está muito grande entre os alunos. “ A minha neta está com medo, isso precisa ser revertido o mais rápido possível. Não temos segurança dentro de uma instituição de ensino”.
Fonte: Diário de Marília