Marilienses protestam contra anulação de mais de 61 mil votos das últimas eleições


Manifesto durou uma hora, mesmo tempo utilizado para que o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fosse atualizado

 


Dezenas de pessoas compareceram ontem em frente ao Cartório Eleitoral para protestar contra recontagem dos votos
Foto: Ricardo Prado
 

A retotalização dos votos da eleição de 7 de outubro realizada na tarde de ontem (22) no Fórum Eleitoral foi marcada por manifestação popular contra a decisão do juiz eleitoral Silas Silva Santos que, há uma semana, cassou o registro da candidatura de Vinícius Camarinha (PSB). Na porta do cartório cerca de 50 pessoas seguravam cartazes com frases como “Não jogue meu voto no lixo”, “Voto se Ganha nas Urnas” e “Faça Valer Nossos Votos”. Os manifestantes usavam nariz de palhaço e gritavam contra decisão da justiça.

“Não concordamos e achamos que nossos 61 mil votos foram violados. Não há provas para que a justiça anule a eleição, por isso vamos protestar até o final”, disse o aposentado José Ferreira da Silva, 62.

O movimento durou uma hora, mesmo tempo utilizado para que o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fosse atualizado. Com a retotalização dos votos o status de Vinícius Camarinha mudou para não eleito. Quem acessar o site, www.tse.jus.br pode observar que Ticiano Toffoli (PT) aparece agora em primeiro com 40,52% dos votos válidos, Daniel Alonso (PSDB) com 39,99%, Antônio Augusto Ambrósio (PMDB) com 13,39%, Luis Eduardo Diaz (PV) com 4,64%, Cecílio Espósito (PSOL) e Vinícius Camarinha com 0%.

Com esta nova configuração ficam 57.532 votos válidos, o que significa 43,75% do total e votos nulos, 69.040, ou seja, 52,51%. A justiça eleitoral anulou os 61.767 votos obtidos por Vinícius Camarinha. O pleito de 7 de outubro havia registrado 7.273 votos nulos.

“Entretanto os números tratam apenas da atualização do sistema e não querem dizer nada”, explica a chefe de cartório da zona eleitoral 70ª, Karina Marcussi Gomes, ressaltando que a eleição em Marília ainda não está definida. O parecer oficial fica a cargo do TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Caso o Tribunal decida pela realização de novo pleito, o mesmo só deve ser realizado após o julgamento dos recursos que devem ser apresentados por Vinícius Camarinha.

“O Tribunal tem por orientação não realizar nova votação antes de esgotados os recursos, pelo custo econômico que isto pode gerar”, diz Karina.

A diplomação dos eleitos está agendada para o dia 18 de dezembro, mas como não existe prazo para julgamento dos recursos, até lá a cidade fica sem saber quem será o chefe do executivo.

“Há uma boa vontade do TRE em analisar rapidamente, mas não podemos afirmar exatamente quando teremos uma definição. Da parte da primeira instância todas as medidas foram adotadas”, disse o juiz Silas Silva Santos.

Se o ano começar sem o nome do prefeito quem assume é o presidente da Câmara que ainda deverá ser escolhido na primeira semana de 2013.

 

RECURSOS

A sentença que cassou o registro de Vinícius Camarinha (PSB) por uso indevido de meios de comunicação foi publicada no Diário Oficial do Estado de ontem. A defesa deve recorrer no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) até segunda-feira (26). Vale lembrar que Vinícius Camarinha também pode recorrer no TSE.

Fonte: Diário de Marília

 



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