De acordo com análise preliminar feita através do exame de necropsia realizado pelo IML, a vítima, ainda não identificada, não apresentava sinais de violência
A quase certeza hipótese de crime no caso do corpo de um homem encontrado em avançado estado de decomposição a cerca de 100 metros da Delegacia da Polícia Federal, na zona sul da cidade, no último dia 14, sofreu uma reviravolta. Isto porque, de acordo com análise preliminar feita através do exame de necropsia realizado pelo IML (Instituto Médico Legal), a vítima não apresentava sinais de violência.
O caso, registrado como “encontro de cadáver / morte suspeita” é investigado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e também pelo 2º DP. A tese de assassinato era a mais forte devido a uma lesão craniana ter sido localizada na cabeça da vítima, que segue não identificada.
A mudança nos rumos foi confirmada pelo próprio delegado seccional, Luiz Fernando Quintero de Souza. Segundo ele, o laudo final sobre a morte deve ser entregue apenas nos próximos dias, porém os legistas responsáveis pelo caso afirmaram não ter encontrado ferimentos que pudessem levar uma pessoa a óbito. Souza também diz que os machucados na cabeça da vítima podem ter sido causados por animais.
“Até onde conseguimos avançar, constatamos que aparentemente não tem nada a ver com o crime de homicídio. O corpo ficou ali em estado de decomposição e as lesões em sua cabeça e corpo foram provocadas provavelmente por roedores. Por isso, em um primeiro momento, ficou difícil decifrar se haviam sinais de violência. Tudo indica mesmo que foi uma morte natural”, afirma.
Ainda de acordo com o delegado seccional, como o rosto estava completamente desfigurado, a expectativa é que o reconhecimento se dê através das três tatuagens que a vítima possuía, sendo uma mulher no peito, uma aranha no lado direito do abdômen e uma ferradura na perna direita.
Segundo apurou a reportagem do Jornal Diário, o corpo permanece no IML para que seja submetido ao reconhecimento de familiares. Caso o procedimento não seja realizado em até 30 dias, a vítima será enterrada como indigente. O homem, da cor branca, aparentava idade entre 20 e 30 anos, tinha cerca de 1,70 metro de altura e era forte. Vestia bermuda preta e jaqueta marrom e calçava um sapato.
MORTE - Corpo foi encontrado no último dia 14 próximo da Delegacia da Polícia Federal
O CASO
Funcionários do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) capinavam a vegetação próxima ao entroncamento da SP-294 (Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros) com a BR-153 e deram uma pausa para o almoço por volta das 13h30.
À procura de uma sombra, eles se dirigiam para um bambuzal localizado no terreno que dá para os fundos da Delegacia da Polícia Federal quando perceberam um mau cheiro. Ao se aproximarem do local, encontraram o corpo e acionaram a PRE (Polícia Rodoviária Estadual), que comunicou a Polícia Militar na sequência.
Logo após analisar o estado do corpo, o próprio Mario Furlanetto Netto, da DIG, admitiu a hipótese de crime. “Ao que tudo indica, se trata de um homicídio. A certeza será dada pelo exame de necropsia do IML”, afirmou naquela ocasião.