Suspeita é que a tentativa de homicídio tenha relação com o tráfico de drogas na zona sul da cidade de Marília
RESGATE - Imobilizado em uma maca, Alex é levado por Bombeiros após ser resgatado do popular Buracão da zona sul
O pintor Alex Cazarin Bonfim, 25, foi resgatado com vida pelo Corpo de Bombeiros, no final da manhã de ontem (7), após ser arremessado de uma altura aproximada de 70 metros no Itambé, popularmente conhecido como “Buracão”, na zona sul de Marília, e passar mais de 12 horas agonizando, com várias fraturas pelo corpo. A suspeita é que a tentativa de homicídio tenha relação com o tráfico de drogas.
De acordo com informações da própria corporação, pouco antes das 20h de quinta-feira, uma chamada recebida via 193 informou que o jovem havia despencado do vale após ser perseguido por pelo menos três homens na favela da Vila Real.
“A gente mora no (Jardim) Bandeirantes (zona oeste), mas há pouco tempo ele se amasiou com uma mulher dessa região e se mudou. Dias atrás, eles se separaram e desde então ele estava morando com a avó”, explica a mãe de Alex, a dona de casa Márcia Rodrigues Cazarim e a primeira a acionar os Bombeiros.
“Me ligaram ontem (quinta) dizendo que ele estava fugindo de uns homens que queriam agredi-lo e que ele teria sido jogado do vale. Fiquei desesperada, gritei por ele e, como não tinha resposta, pedi socorro”, completa.
Após algumas varreduras pela região, o Corpo de Bombeiros cancelou as buscas assim que escureceu. Segundo apurou o Jornal Diário, além da falta de luz natural, outro empecilho para a continuidade nos trabalhos teria a ver com a segurança dos soldados. Isto porque os criminosos que arremessaram Alex estariam na região e planejariam evitar o resgate.
Já na manhã de ontem, por volta das 9h, o proprietário de uma fazenda ouviu gritos de socorro vindos da margem do Itambé e comunicou os Bombeiros. Utilizando como acesso os fundos de uma casa na rua Júlio de Paula Brandão, os oficiais descobriram a localização exata do jovem.
Cerca de 20 oficiais da corporação participaram do resgate. Um deles desceu o vale de rapel. Lá, o soldado descobriu que Alex, além das várias escoriações pelo corpo todo, havia sofrido fraturas no fêmur esquerdo, antebraço esquerdo e também suspeitava de uma luxação na costela. Em seguida, o jovem foi imobilizado e, às 11h30, içado de volta ao topo do vale.
Quase 15 homens, entre eles bombeiros civis e policiais militares, ajudaram a puxar a maca onde estava Alex, que gemia de dores. Antes de seguir para a viatura do Resgate, o pintor recebeu uma máscara de oxigênio para facilitar a respiração.
“Foi um resgate difícil devido ao local, mas tivemos sucesso na operação, ainda mais porque a vítima foi socorrida consciente, com os sinais vitais em ordem”, afirmou o cabo Valdir Acássio Cordeiro. O pintor foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde permanecia em observação até o fechamento desta edição. A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) instaurou inquérito para investigar o caso.
“Infelizmente, o meu filho se envolveu com pessoas erradas, com o tráfico de drogas. Orei muito para que ele sobrevivesse e agora tudo está bem. Espero que ele agora endireite a sua vida”, desabafou a mãe de Alex.
Segundo informações levantadas pela reportagem, o pintor foi condenado, em abril deste ano, a cinco anos de prisão em regime fechado, fruto de um trabalho de repressão a venda de drogas na Vila Coimbra, região oeste de Marília, deflagrado pela DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) em julho do ano passado. Alex também tem passagem por furto.
Diário de Marília