Monstruosidade ou armação?
Para quem teve acesso ao inquérito policial, não há dúvida que se trata de uma verdadeira monstruosidade contra animais, praticada por um rapaz que pode ter problemas psiquícos.
Para o advogado do acusado, que prefere não ter sua identidade revelada, tudo não passa de armação elaborada pela dona de um estabelecimento comercial onde o rapaz teria comprado medicamento e um dos animais.
O rapaz de 27 anos de idade, solteiro, que trabalha em uma instituição financeira em Assis e mora sozinho na residência na região central de Assis, está sendo acusado de violentar sexualmente alguns filhotes de cães até a morte.
O inquérito está praticamente concluído pelo delegado Luis Antônio Ramão, do 3º Distrito Policial, e será remetido à Justiça.
Se condenado, o rapaz poderá cumprir pena de aproximadamente um ano de reclusão, em razão da morte do animal, disse o delegado.
As ocorrências envolvendo o homem tiveram início com denúncias feitas por membros de uma entidade que se autodenomina “Coisa de Bicho”, no mês de setembro, com vários registros policiais.
O inquérito foi instaurado pelo delegado Luis Antônio Ramão, em 26 de outubro.
O primeiro fato teria acontecido no dia 7 de setembro, na casa do acusado.
O rapaz, segundo boletim de ocorrência registrado em 10 de setembro, teria mantido relação sexual e maltratado duas fêmeas e um macho sem raça definida. Todos filhotes. Um dos animais teve a orelha mutilada.
Segundo o inquérito, a orelha do cão pode ter sido arrancada através de mordida de dentes humanos.
Dois dias depois, uma nova denúncia foi registrada por duas pessoas que teriam doado animais ao rapaz, após oferecerem os mesmos na rede social facebook.
O estopim da bomba, que explodiria semanas depois com a elaboração de um laudo necroscópico feito por um médico veterinário de Marília, foi a morte de um filhote de cachorro.
Segundo o laudo, o animal foi vítima de “coito anal ou sofreu penetração de algum tipo de objeto no ânus”, afirma o médico.
Esse cachorro teria sido congelado antes de ser devolvido à clínica veterinária, de onde foi encaminhado para o exame necroscópico.
Para o advogado, o exame deixa dúvidas. “Dá pra notar claramente que a cor dos pêlos do cachorro que aparece violentado é diferente da cor do cachorro que morreu na casa do meu cliente”, garante.
Segundo o advogado o exame necessitaria de uma contra-prova, o que não ocorreu. Já o delegado Luis Antônio Ramão acredita que o exame é bem fundamentado.
Na versão apresentada pelo advogado, o seu cliente, acusado de ter violentado sexualmente o animal até a morte, “jamais chamaria a dona da clínica para devolver o animal nessa situação”, e completa: “ninguém produziria prova contra si. Isso não tem lógica”, reafirma.
Para o advogado, a confusão teve início em razão de problemas na transação comercial. “Meu cliente adquiriu um cão e medicamentos na clínica veterinária de uma das denunciantes e o animal morreu quando recebeu a vacina”, acusa.
Cobrada pelo rapaz que exigia a devolução do valor pago, a proprietária da clínica teria se recusado a devolver. Essa discórdia, na opinião do advogado, pode ter gerado a série de denúncias contra seu cliente.
O caso está causando grande repercussão na imprensa.
O primeiro a noticiar o fato foi o repórter Sidney Fernandes, da Rádio Difusora de Assis.
Na manhã desta quinta-feira, além da Rádio Cultura AM e Jornal da Segunda, ambos de Assis, o delegado Luis Antônio Ramão concedeu entrevista às emissoras de TV Band e Record.
Fonte: Jornal da Segunda