Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que os bancos públicos estão na mira do governo Temer, o comunicado do Banco do Brasil feito no último domingo é esclarecedor. A empresa anunciou que, em uma só tacada, fechará 402 agências e transformará outras 379 em postos de atendimento (PABs). Além disso, lançou Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai) para cerca de 18 mil funcionários ou 16% do total.
Diante do anúncio, a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil cobrou negociação urgente com a direção da instituição. “Tudo foi feito sem qualquer negociação ou conhecimento do movimento sindical. Uma reestruturação como essa mexe com a vida de milhares de trabalhadores, com instituições como Cassi, Previ e Economus, além de atingir em cheio o papel do banco público de auxiliar no desenvolvimento do país”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Assis, Helio Paiva Matos, que estará presente nesta quarta em São Paulo durante seminário que debaterá o problema.
Pelo comunicado, os trabalhadores têm até 9 de dezembro para aderir ao Peai que, se tiver a adesão de 18 mil bancários como é almejado, reduzirá o quadro de funcionários do BB de 109 mil para 91 mil. “A decisão cabe a cada trabalhador. Mas é importante, antes de qualquer definição, saber como ficará a situação perante as caixas de Assistência (Cassi) e de Previdência (Previ); e, no caso dos oriundos da Nossa Caixa, do Economus, que tem situação deficitária”, destaca.
A recente medida no Banco do Brasil aumentou ainda mais a importância do seminário ‘Se é Público, é para Todos’ que debaterá os ataques contra BB, Caixa Federal, Petrobras e outras instituições. “O governo Temer quer desmontar mais uma empresa pública, fechar agências, reduzir postos de trabalho no BB. O oposto do que foi feito nos últimos 12 anos. Esse importante banco público é responsável, por exemplo, por cerca de 60% do crédito agrícola no país”, afirma. “Esse desmonte só interessa aos bancos privados, que não terão concorrência, num sistema financeiro extremamente concentrado. Sem os bancos públicos fortes, toda a sociedade perde”, finaliza.
Fonte: Ello Assessoria de Imprensa
Fotos: Manoel Moreno.