Servidores municipais foram às ruas nesta quarta-feira, dia 15.
Em Paraguaçu Paulista, o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação Contra as reformas trabalhista e da Previdência contou com o apoio de estudantes e servidores municipais
Uma ação tomou conta das ruas de dezenas de cidades do Brasil nesta quarta-feira, dia 15, inclusive de Paraguaçu Paulista. Insatisfeitos com as mudanças propostas para alterar as regras para a classe trabalhadora, funcionários públicos municipais e estudantes participaram do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação Contra as reformas trabalhista e da Previdência.
Organizada pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Paraguaçu Paulista, a manifestação percorreu a Avenida Paraguaçu e se fixou na Praça da Matriz. O presidente do Sindicato, Plínio Fernandes, falou sobre o ato: "Hoje estamos manifestando contra a reforma previdenciária e contra a reforma trabalhista [...] A conquista que foi feita há 40 anos, pode cair tudo por terra", explicou.
O presidente comentou ainda quais são os pontos afetados pelas reformas. "Na maneira que está sendo proposta, o trabalhador para conseguir uma aposentadoria de 100% terá que trabalhar 49 anos. Isso é uma vergonha! A previsão, segundo o IBGE, é de que a expectativa de vida aumente, mas não creio que chegue a tanto. Para atingir esses 49 anos, praticamente a pessoa precisará trabalhar acima dos 80 anos para atingir os 100%."
Para Fernandes, atrás da reforma previdenciária existe um interesse principalmente dos bancos que querem oferecer previdência privada para complementação salarial.
O presidente comentou também sobre outro ponto afetado pelas reformas. "É a questão da reforma trabalhista, hoje, por exemplo, quando o trabalhador é demitido sem justa causa, ele recebe uma multa de 40% sobre o valor do FGTS, e eles estão querendo reduzir para 10%. Eles estão fazendo isso automaticamente, pode-se contratar e demitir a qualquer momento porque não vai ter custo praticamente nenhum para a empresa."
Fernandes frisou sobre a mudança que querem realizar para colocar o negociado acima do legislado. "Negocia-se dentro da empresa, com a presença do patrão/proprietário, que muitas vezes nessa reunião o trabalhador vai se sentir coagido e muitos vão acabar aceitando o que está sendo proposto naquele momento. O que for proposto na assembleia, dentro da empresa, for aprovado ele estará acima do legislado, acima da lei."
O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Paraguaçu Paulista encerrou alertando: "Trabalhador, reaja! Hoje é o momento, não podemos ficar quieto, pois depois de aprovar não adiantará mais reclamar."