Bancos se beneficiam com o Refis e cortam empregos

Quatro maiores bancos tiveram abatimento de mais da metade das suas dívidas pelo governo federal.


 


Helio Paiva Matos - presidente do Sindicato dos Bancários de Assis e região

 

Os bancos, setor mais lucrativo da economia, foram os maiores beneficiados com o Refis - programa de parcelamento de débitos tributários da União. Quatro maiores bancos tiveram abatimento de mais da metade das suas dívidas pelo governo federal.  Juntos, os quatro negociaram uma dívida total de R$ 657,3 milhões, mas terminaram se comprometendo a pagar apenas R$ 302 milhões.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Assis e região, Helio Paiva Matos, o governo abre mão de receitas milionárias com o perdão das dívidas do setor financeiro enquanto congela investimentos públicos por 20 anos, inclusive na saúde e educação, além de rasgar a CLT com a reforma trabalhista. “É um verdadeiro absurdo! Os bancos são os que mais lucram bilhões por ano e mesmo assim seguem cortando postos de trabalho. Juntos, os maiores extinguiram quase 18 mil empregos no ano passado e apenas um deles lucrou 24,8 bilhões, um crescimento de 12,3% em relação a 2016. Agora a questão é: qual a razão para que um setor que lucra bilhões e que não contribui com o nível de emprego no país seja beneficiado com perdão de dívidas milionárias‽”, indaga.

O perdão concedido pelo governo federal no parcelamento de débitos tributários, o Refis, deve chegar a R$ 62 bilhões, o dobro do calculado inicialmente pela Receita Federal. Isso porque, diferente da primeira versão do programa, o Refis aprovado tem regras mais generosas, que permitem descontos de até 70% em multas e 90% nos juros. As regras mais generosas no Refis são fruto da pressão de parlamentares, muitos com débitos com a União. Temer cedeu à pressão, de olho na votação da reforma da Previdência, que acabou sendo engavetada devido à mobilização dos trabalhadores de diversas categorias, incluídos os bancários.

 



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