Mestre Chico
Cabral e tropa, enganou e até matou os índios.
No período colonial, quando éramos comandados por um João e dois Pedros, pai e filho, usava-se a troca de favores.
Fazendeiros, donos de engenhos, pecuaristas e comerciantes, davam sustentação política, financeira e militar.
Em troca recebiam dos monarcas posições de influência no governo, benefícios e especialmente, títulos de nobreza.
O Brasil ficou recheado de Marqueses, Condes, Viscondes, Barões e outros “Ões”. Com tanta bondade do estado, proliferou o empreguismo público. Em 1889, ele representava 70% das despesas do governo.
O que mudou de lá para cá ?
Hoje se troca apoio e votos por cargos ministeriais ( são 39 ) , presidência de estatais, nomeações em embaixadas.
Cargos políticos se tornam cada vez mais hereditários ou familiares. O Governador sai e deixa o cargo para a filha, o Deputado Federal faz uma dobradinha com o filho Deputado Estadual, a esposa do Ministro é Governadora de Estado, o neto herda o cargo do avô, todos com altos salários e mordomias, sem falar nos “outros” e nas “outras”.
O povo é facilmente ludibriado com programas sociais do Governo Federal, e leis que protegem a marginalidade. Para tudo encontram um culpado: a polícia. Eles tem que dar a cara para bater e a bunda para chutar. Infelizmente, há um lado podre na corporação.
Os títulos nobiliárquicos ainda persistem, o aposentado é conhecido como vagabundo, o Professor é Tio, o malandro é doutor. Quem participa do Big Brother é celebridade, quem faz ponta em novela é ator, quem graça CD é artista, o treinador de futebol é Professor, o idoso é pé na cova e o político corrupto é Vossa Excelência.
Harides Garcia
UNIP