Eu quero meu PlayStation 3. Eu quero tudo que for novo. Eu quero me saciar da tecnologia. Mas tempos atrás eu queria um PlayStation 2. Consegui. Pois meu PlayStation One estava ultrapassado. Ultrapassado como meu materialismo.
É interessante como os objetos se tornaram uma extensão de nosso corpo, de nossa personalidade. Não podemos (sabemos) viver sem eles. Imagine um mundo sem energia. Todas as “coisas” que são importantes no cotidiano te deixarão na mão. Não teremos mais que assistir televisão ou navegar na internet, e teremos que reaprender a dialogar com as pessoas. Nosso dinheiro se tornará tão inútil e os valores mudarão. Aquele seu sonho material não poderá mais ser desejado. Seu maior desejo será sua sobrevivência. Sua vida. E perceberá o quão necessário são os objetos. Quais realmente foram um avanço para o ser humano. Não aqueles que serviram para aumentar nosso próprio ego. Ego com a sensação de poder como brinde. Poder agora que não será mais monetário, mas da adaptação.
Os avanços tecnológicos nos oferecem facilidades, confortos e divertimentos. Esses fatores nos seduzem e nos fazem importar muito com o dinheiro. Dinheiro que é a chave para essa porta da satisfação humana. O único perigo é não virar escravo desses objetos e esquecer o respeito próprio e ao próximo. É não perder a humanidade. Algo que está fora de moda atualmente.
A sociedade digital cresce a cada dia e devemos tentar acompanha-la. Nem todos conseguem ou tem a oportunidade por sua situação financeira, e isso não deve virar motivo de preocupação, já que o importante é ser feliz e saudável. Não depositarmos nossa felicidade em uma TV de última geração para assistir a Copa do Mundo ou num carro 0 km, enquanto a família passa fome. Parar de reparar na grama do vizinho. O planeta agradece.
Eu ainda continuo querendo um PlayStation 3, mas sem pressa. Sem me transformar num objeto que precisa de energia chamada dinheiro.
Por: Guilherme Augusto