O rapaz deveria ir para uma clínica psiquiátrica. Se não for, ele ser solto, porque não existe ordem de prisão contra ele.
O jovem conhecido como Maníaco da Cruz foi transferido para uma delegacia em Campo Grande, mas pode ser solto porque não existe ordem de prisão contra ele.
Dhionatan Celestrino foi escoltado de Ponta Porã para Campo Grande. A transferência foi apressada por causa de um incidente: um policial teria dado um tiro na direção dele dentro da carceragem. Uma sindicância foi aberta.
“Aconteceu o disparo sim, foi próximo a ele”, afirmou o delegado Alexandre Amaral.
Dhionatan foi preso na cidade paraguaia de Horqueta. Com ele, teriam sido apreendidas cartas e uma máscara. Esse material não foi entregue à polícia brasileira.
As cartas foram divulgadas em sites paraguaios e trazem frases com ameaças. “A religião é uma das maiores maldições da história da humanidade. Morte aos cristãos”.
Dhionatan matou três pessoas. Deixava as vítimas em posição de crucificação, e por isso era chamado de Maníaco da Cruz. Por ser menor de idade na época dos crimes, cumpriu medidas sócioeducativas.
Quando alcançou a maioridade, um laudo psiquiátrico feito a pedido da Justiça atestou que ele não tinha condição de voltar a viver em sociedade e teria que ser internado, mas a ordem dada há um ano não foi cumprida e Dhionatan fugiu em março da unidade de internação.
Agora que foi recapturado, surge outro impasse: o destino dele. Dhionatan vai ficar em uma delegacia, em uma cela isolada, sozinho, com escolta policial, mas ainda não é o local determinado pelo Tribunal de Justiça. Ele deveria ir para uma clínica receber tratamento.
Pelo descumprimento dessa determinação, não está descartada a possibilidade de ele ser solto. “Preso ele não pode ser porque não existe uma ordem de prisão contra ele. Internado ele não está conseguindo ser encaminhado por inércia das autoridades estaduais, então é uma situação terrivelmente perigosa para a sociedade”, afirma o desembargador Júlio Siqueira.
O governo de Mato Grosso do Sul informou que já fez contato com mais de 20 clínicas e hospitais de custódia para tentar internar o jovem, mas, até agora, não conseguiu uma solução.