Diretor clínico denuncia ala fechada em Hospital Regional de Assis


Unidade de Saúde estaria funcionando com apenas 60% da capacidade.
 


Denúncia foi feita após diretor clínico constatar uma ala toda fechada (Foto: Reprodução / TV TEM)

O Hospital Regional, referência para atendimentos de alta complexidade em Assis (SP), estaria funcionando com apenas 60% da sua capacidade. Segundo uma denúncia do diretor clínico da unidade, a ociosidade atinge pelo menos uma ala inteira de enfermaria. Enquanto isso, pacientes sofrem e, às vezes, chegam a morrer à espera de um leito de internação no Pronto-Socorro da cidade, que fica no próprio prédio do hospital.

De acordo com a secretária municipal de Saúde de Assis, a dificuldade é grande também para 13 cidades que têm o município como referência hospitalar. “Os leitos do Hospital Regional não são pedidos para a instituição e, sim, à Direção Regional de Saúde. E temos pedido, já que o Pronto-Socorro está muito lotado e estamos com dificuldades de dar vazão para os pacientes que ficam esperando por uma vaga”, ressalta Denise Fernandes Carvalho.

Depois de oito dias sem receber cuidados especiais, o marido da empregada doméstica Dulcinéia Onofre morreu quando ficou nos corredores do Pronto-Socorro de Assis à espera de um leito no Hospital Regional. “Eu precisava de uma pessoa para aplicar um medicamento nele e, para isso, ficava correndo atrás de um enfermeiro. Não podia fazer isso, mas troquei o lençol e cheguei a levantei meu esposo sozinha. Foi um descaso sem tamanho”. O caso ocorreu em agosto do ano passado e a situação continua sem solução.

Fotos tiradas de dentro do hospital no mês passado confirmam a denúncia, que foi feita pelo diretor clínico do hospital, Oliveira Pereira Alexandre. As imagens mostram uma ala inteira de enfermaria desocupada, enquanto em outras fotografias feitas na mesma ocasião é possível ver pacientes à espera de vagas no corredor do PS.

Segundo o diretor clínico, ele chegou a pedir esclarecimentos para a administração do Regional, mas não foi atendido. “Ao fazer uma visita pelo hospital me deparei com uma enfermaria inteira desativada. Não tinha um paciente no local que tem potencial para internar cerca de 30 pessoas. Embora eu seja o diretor responsável pela qualidade do atendimento, não tenho com quem conversar sobre isso. Daí a necessidade de falar com a imprensa e apelar por uma solução das autoridades”, diz.

Por meio de nota, a Secretaria Estadual da Saúde negou que o Hospital Regional de Assis funcione com 60% da capacidade total. No entanto, o órgão não informou quantos leitos estão ocupados e quantos estão disponíveis no hospital. “Uma ala toda estar parada é um crime contra a saúde e até contra o estado que montou essa estrutura que não custa barato e que chega a custar milhões por mês. É muito grande e gasta muito para ficar parado”, alerta o diretor clínico.

Em nota enviada ao TEM Notícias, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou ainda que o hospital regional de Assis atende todas as solicitações de vagas feitas para os pacientes do Pronto-Socorro Municipal e pela Central de Regulação de Vagas. Além disso, informou também que a unidade conta com uma equipe de 1.024 profissionais e que um concurso público está aberto para a contratação de mais médicos. (Fonte: G1)

 


Hospital está com dificuldades para atender pacientes (Foto: Reprodução / TV TEM)



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