Excesso de comemorações pode gerar problemas de saúde durante a Copa do Mundo


Em dias de jogos decisivos do Brasil, como na última segunda-feira (23), contra Camarões, há um aumento de até 28% no atendimento de emergências cardíacas, segundo estudo comandado pelo cardiologista Nabil Ghorayeb, do instituto Dante Pazzanese, de São Paulo. A ansiedade e o nervosismo com o resultado do futebol podem desencadear problemas graves no coração, especialmente para quem já faz tratamento de alguma doença.

“Quanto pior for a seleção brasileira, maior o número de atendimentos”, afirma Ghorayeb, chefe de seção de Cardiologia do Esporte do instituto Dante Pazzanese, que coordenou a primeira pesquisa, realizada em seis hospitais, durante a Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Agora, o médico ampliou a amostragem para nove prontos-socorros, de várias cidades do Brasil. “Queremos atingir 6 mil pacientes no período da Copa do Mundo”.

O nervosismo de um jogo decisivo pode desencadear uma série de problemas, como pressão alta, arritmia, angina no peito, palpitações, desmaio, tonturas e até infarto do miocárdio e parada cardíaca. “O paciente, que sofre de ansiedade com o futebol, libera hormônios, como a adrenalina, que faz a pressão subir e pode encadear algum evento agudo”, diz Rui Póvoa, professor de cardiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Esse é o típico paciente abarcado no estudo coordenado pelo instituto Dante Pazzanese. “O que interessa na nossa pesquisa é quem vai ao pronto-socorro na véspera, no dia ou um dia depois do jogo do Brasil, apresentando desde problemas leves até coisas graves. A gente quer saber se aquele mal-estar foi causado pelo jogo ou porque o paciente discutiu com a mulher e os filhos”, explica o médico.

 

Internações

Outra pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), com dados de quatro Copas do Mundo (1998, 2002, 2006 e 2010), apontou um aumento de 16% de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por problemas cardíacos durante a competição. No estudo do Dante Pazzanese, jogos em que há o risco de eliminação, são os mais problemáticos.

“No dia em que o Brasil perdeu para a Holanda (e foi eliminado da última Copa do Mundo), houve um aumento significativo nos atendimentos médicos. Nos outros jogos, não há aumento tão acentuado”, afirma Ghorayeb. Para quem tem predisposição a problemas no coração, os especialistas dão alguns conselhos para evitar terminar o dia em uma sala de hospital.

“Assistir ao jogo acompanhado. Não é bom ele ficar sozinho. Se precisar de ajuda médica, é melhor que ele esteja acompanhado”, diz Ghorayeb, que também alerta para o risco do consumo de álcool e de bebidas energéticas. “Se ele tem predisposição para doença cardíaca, deve evitar bebida de alto teor alcoólico. E não tomar mais do que 700 ml de cerveja, que é um padrão razoável.” (Fonte: emtempo.com.br)



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