O amor transformador de uma mãe


Como muitas mulheres brasileiras atuais, Natália de Souza Machado (27) também não queria casar-se, ter filhos. Representando o novo papel da mulher no país, ela sonhou com a carreira acadêmica, com o sucesso profissional e com a possibilidade de dar à sua família uma estabilidade financeira, mas como o amor tem razões que a própria razão desconhece, ela conheceu Anderson Machado da Luz (28), logo percebeu que ele seria o homem da sua vida e casou-se com ele.

Para selar a união de muito amor entre Natália e Anderson, o casal decidiu ter um filho, e foi aí que sua a fé foi posta à prova pela primeira vez: descobriu que tinha ovário policístico e que o seu útero estava numa posição que a impedia de engravidar. Mas Natália e Anderson não desistiram e logo sentiram o gosto de serem pais. Tudo estava caminhando muito bem, até chegar ao sexto mês e meio onde numa consulta periódica, a obstetra disse que Emmanuel Vinícius (3) precisava ser tirado do útero antes do tempo ou iria morrer. O fator determinante era que o cordão umbilical estava estreito demais e isso impedia que feto recebesse os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento, podendo levar o feto ao sofrimento fetal.

Os poucos dias de espera até o parto pareciam uma eternidade e o medo misturado com amor tomava conta de Natália que nesse momento recebia todo o apoio de amigos, irmãos da igreja, mas principalmente de seu esposo, pais e irmãs,que não a deixaram nem por um minuto. Damarys (22), a irmã mais nova de Natália, fez questão de reunir seus amigos para orar pela irmã e seu bebê: - “Lembro-me que no momento do parto mandei mensagem pedindo oração – na mesma hora a Igreja parou o culto – e começou a clamar por eles. Logo após, mandei mensagem novamente e dessa vez noticiando que o Emmanuel Vinícius havia nascido com vida, não podia me conter, lembra Damarys.”

Emmanuel Vinícius nasceu com 1.350 quilos e 36 centímetros, o que é número muito baixo e insuficiente para uma criança de sete meses. Além de tudo, ele nasceu com intolerância à lactose, refluxo gastroesofágico, e desenvolveu uma hérnia escrotal, pois sua musculatura era muito fina, o que quase evoluiu para um quadro infeccioso correndo o risco de perder parte do intestino. Mas nada desses problemas de saúde do filho abalaram a fé de Natália que dizia a todo tempo: - “Eu vou levar meu filho para casa”. Não foi tão rápido assim, – nessa altura ainda a fé de Natália era posta à prova – Mas ela não desistiu de seu filho: - “Minha maior alegria foi quando eu pude amamentá-lo pela primeira vez, eu só conseguia chorar”. 

O grande desafio era fazer com que Emmanuel Vinícius chegasse pelo menos a 1,700 kg, e não foi tarefa fácil. Ao todo, o vitorioso Emmanuel Vinícius ficou 82 dias hospitalizado. E nesse período teve de fazer duas cirurgias, teve infecção generalizada. O que Emmanuel Vinícius tem é uma síndrome rara e desconhecida: Mosaicismo de Monossomia do Cromossomo 21, o que fez dois especialistas em genética relatarem que nunca haviam visto um caso como o de Emmanuel Vinícius. O caso atraiu especialistas da USP (Universidade de São Paulo) que fizeram diversos exames, mas não conseguiram obter e fornecer respostas de como será sua vida até hoje. Recentemente ele desenvolveu uma cardiopatia importante e será submetido a uma cirurgia cardíaca. O que se sabe é que Emmanuel Vinícius vive um dia de cada vez, e que seus pais tentam proporcionar-lhe uma vida o mais agradável possível, sempre confiantes e convictos de que Deus realizará um milagre ainda maior na vida do pequeno.

A avó materna não esconde o amor pelo neto: - “Mimo ele demais, pois não sei quanto tempo ele estará conosco, amo muito meu neto", afirma contundente.

Emocionada, a mãe conta como foi o primeiro dia em que trouxe o filho à sua casa: - “Eu chorava muito, fui levando ele para conhecer cada cômodo e falando que a partir daquele momento, ali seria o seu novo lar”.  “Meu bem mais precioso”, é como Natália define o filho e é como “grande guerreira” como eu quero defini-la.

Natália mostrou que o instinto de ser mãe é maior do que qualquer adversidade e que não existe caso perdido, nem mesmo quando a medicina desengana, enquanto houver uma fé inabalável. Essa foi mais uma história da vida real!

Por: William Asaph Yanraphel

 

 



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