Família de paraguaçuense morta fica indignada com o Samu

O neto da idosa relatou que o Samu não quis ir fazer a constatação de óbito da sua avó.


Na manhã desta quinta-feira, dia 12, a senhora Maria Lúcia de Lima Rodrigues, de 69 anos, foi encontrada sem os sinais vitais e gelada. Os familiares entraram em contato com o Samu - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para a equipe poder ver o estado clínico da idosa, como o pedido não foi atendido, a família ficou indignada.

Agenor Neto, neto de Maria Lúcia, falou à nossa reportagem que a equipe do Samu não quis ir até a residência da sua avó, localizada na Rua André Luiz Briso, na Vila Nova, e já falou para ele ligar direto para a funerária.

"Eles me coagiram para ligar para a funerária, o que seria mais certo a fazer, e que nesse caso já não tinha como fazer nada, pois já não era mais a parte deles. Não sabíamos se ela estava morta mesmo, e eles também não vieram ver se ela estava morta", relatou o jovem.

Neto disse ainda que a sua família ficou indignada com o descaso.

"E se isso acontecesse com outra pessoa e tivesse a oportunidade de salvá-la, e eles ficassem fazendo esta burocracia toda via telefone. Eu tentei ligar no Samu de Paraguaçu Paulista, aí caiu no 193, e eles disseram para ligar em Assis porque o 192 daqui estava com problemas técnicos."

A nossa reportagem entrou em contato com o Dr. Luiz Mazetto, médico do Samu de Assis que atendeu Agenor Neto, e ele falou sobre o caso.

"Foi pedido uma ambulância para constatação de óbito, foi essa informação passada inicialmente para gente dentro da regulação, aí eu informei que esse tipo de serviço não tem como a gente fazer com a nossa ambulância de Paraguaçu Paulista, porque não tem médico na ambulância, que é o único profissional capaz de constatar óbito, e como só tem o técnico de enfermagem, a gente não faz esse serviço, e o outro agravante era que a nossa ambulância estava se dirigindo para Assis para uma troca de pneus."

Dr. Mazetto relatou como foi a conversa entre ele e o neto da senhora Maria.

"Foi perguntado se a pessoa estava respirando, ele respondeu que não. Foi perguntado se o corpo estava frio, ele respondeu que sim. Perguntei se o corpo estava rígido, ele disse que não sabia avaliar isso. Então, não tinha nenhum indício de que aquela pessoa pudesse estar viva para gente mandar a ambulância, e mesmo se fosse o caso de mandar a gente teria dificuldade, porque ela já estava autorizada a vir para Assis para fazer a troca de pneus."

O médico completou:

"Pela solicitação que passaram para a gente, não era para ver se realmente havia morrido ou não, era apenas para constatar o óbito. Tanto o neto que ligou primeiro, como a filha, eles já achavam que a pessoa estava morta, e não achavam ainda que ela tinha sinal de vida ou que era para reanimar."

Dr. Mazetto explicou ainda como funciona quando a família fala que está em dúvida se uma pessoa está morta ou não.

"A gente manda a ambulância, e se o técnico achar que tem condições de realizar uma reanimação começa a reanimar a pessoa com a manobra de ressurreição e coloca na ambulância e transporta até o hospital. Se chegar lá e o médico ver que está em óbito, o médico do hospital dá a constatação."

A família da senhora Maria Lúcia acionou a Polícia Militar, e como realmente ela estava morta, entrou em contato com a funerária, que encaminhou o corpo para o necrotério do hospital.

 


Chegada do corpo de Maria Lúcia, para ser velada no velório municipal de Paraguaçu Paulista



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