Iniciou por volta das 13h desta quinta-feira, dia 14, a retirada dos veículos que foram 'engolidos' pela enorme cratera que se abriu na manhã da última segunda-feira, dia 11, na vicinal que liga Borá à Usina Ibéria.
A erosão, que já condenou mais de um quilômetro da pista, se abriu no momento em que dois veículos passavam pelo local, uma caminhonete Ford/F-250 e um caminhão Merdeces-Benz, sendo que ambos caíram de uma altura de quase cinquenta metros e ficaram soterrados pelo barro. Só ontem, quando as chuvas deram uma trégua, que foi possível iniciar a retirada dos veículos.
Uma máquina precisou abrir um caminho para que o trator pudesse chegar até a caminhonete, que havia sido levada para uns 150 metros do local onde havia caído, e por volta das 18h ela conseguiu ser retirada.
Já o caminhão não foi possível ser retirado ontem, mas nesta sexta-feira os profissionais darão andamento no serviço.
Os proprietários dos veículos acompanharam todo o trabalho dos profissionais. Eles contaram para a nossa reportagem como foi viver momentos de muita tensão.
"Carreguei o caminhão com mandioca em Tupã, aí eu estava indo para Candido Mota, por volta das 6h15. Estava chovendo muito e ainda estava escuro. Quando vi o buraco eu já estava em cima, e como o caminhão estava pesado não parou, aí caí no buraco. O meu irmão estava junto. A gente conseguiu sair pela janela. O caminhão ainda estava com os pneus traseiros enroscados no asfalto, aí a gente saiu, e logo ele caiu mais para baixo e a água cobriu ele todo [...] o susto foi muito grande", contou João Daniel, de 21 anos, morador de Herculândia, proprietário do caminhão.
Já Leandro dos Santos Batista, de 26 anos, morador da Fazenda Bela Vista, teve a sua caminhonete destruída com a queda. "Na hora que estava vindo, sentido Borá para Tupã, eu estava indo uns 60, 70 quilometros por hora. Estava chovendo muito forte e já estava passando água sobre a pista. Do nada escutei um estralo e a caminhonete caiu capotando. Fiquei de ponta cabeça dentro dela. Escutei barulho de água entrando, foi quando eu me soltei, tentei abrir a porta, mas estava emperrada por causa do barro, aí abri a janela, que já estava com barro até a metade, e consegui sair. Mais um minuto eu não conseguiria escapar, pois logo que eu saí o barro tomou conta e ela começou a descer. Até eu pensei que estava sonhando."
Leandro e João Daniel agradecem ao empresário Jairo Mota que cedeu as máquinas para fazer o serviço de resgate dos seus veículos. "Ele estendeu as duas mãos para nós e está fazendo tudo de graça. Ele está sendo um herói para nós", disse o proprietário da caminhonete.