Professores do 'Cene' entram em greve contra a Reforma da Previdência

Mesmo com parte da equipe de professores em greve, a escola continua em funcionamento.


Mesmo com parte da equipe de professores em greve, a escola continua em funcionamento

 


Professores e alunos saíram às ruas de Paraguaçu Paulista em protesto

 

Cerca da metade dos professores da Escola Estadual Diva Figueiredo da Silveira, o Cene, entrou em greve no último dia 28, contra a Reforma da Previdência. A paralisação ocorrerá até esta sexta-feira, dia 31, mas poderá se estender a partir do resultado da assembleia que ocorrerá em São Paulo.

O vice-diretor do Cene, professor Washington Mateus Fraga, comentou para a nossa reportagem que, mesmo com parte dos professores em greve, a escola continua em funcionamento. "A escola está aberta, recebendo os alunos normalmente", disse.

Manifestações aconteceram nas ruas de Paraguaçu Paulista, onde contou com a participação de professores e alunos do Cene. Amanhã, dia 31, eles se concentrarão em frente à rotatória das avenidas Galdino e Paraguaçu, para darem início a mais uma manifestação pelas ruas da cidade.

A paralisação, que atinge todos os estados do país, inaugura um calendário intenso de mobilizações envolvendo centrais sindicais e movimentos populares contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 287/2016, que muda as regras da aposentadoria no país.

Apresentada ao Congresso Nacional pelo governo Temer, a medida estabelece idade mínima de 65 anos para homens e mulheres poderem se aposentar e ainda exige contribuição de 49 anos para que o trabalhador possa receber o valor integral do salário. Alguns benefícios também poderão ser desvinculados do salário mínimo, diminuindo o valor da aposentadoria ao longo do tempo.

 

A APOSENTADORIA PARA PROFESSORES

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a PEC 287 torna as regras para a aposentadoria tão difíceis de serem alcançadas que os trabalhadores se sentirão obrigados a contratar planos privados de Previdência, caso tenham condições financeiras para isso. Ao mesmo tempo, com a expectativa média de vida no país girando em torno de 75 anos, as pessoas vão trabalhar quase até a morte. Em alguns estados, como Maranhão e Alagoas, por exemplo, a expectativa de vida chega a ser menor do que a idade mínima que o governo está propondo para a aposentadoria.

No caso dos trabalhadores em educação, explica Heleno Araújo, presidente da confederação, o impacto da reforma da Previdência será “brutal”.

“Uma professora que atualmente se aposenta após 25 anos de contribuição vai ter que trabalhar um total de 49 anos para receber o salário integral, ou seja, querem elevar em mais de 400% o tempo que essa docente teria que trabalhar para se aposentar”, exemplifica.

Além disso, o presidente da CNTE lembra que mais de um terço da categoria já sofre com doenças do trabalho. Se a reforma passar, Heleno Araújo prevê um cenário “terrível” para a educação pública no Brasil.

“Vai aumentar e muito o número de doenças e afastamentos de professores, onerando as prefeituras ainda mais. Essa PEC só serve para desmontar ainda mais os serviços públicos no país, e vai afetar desde a creche até o ensino médio”, argumenta.

 

Da Redação com informações do site www.brasildefato.com.br



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